Pink Heart Jam : A descoberta de si em meio ao som das guitarras

Ilustração de dois personagens em estilo anime, lado a lado, com fundo desfocado de luzes coloridas. À esquerda, um jovem de cabelo roxo claro veste jaqueta rosa sobre moletom branco. À direita, outro personagem com cabelo longo escuro e mechas loiras usa roupa preta e segura um cigarro. Ambos têm expressões neutras. Texto em japonês “ジハピ” aparece na parte inferior.

No coração de Tóquio, entre acordes distorcidos e ensaios de banda universitária, o jovem Haiga Yuki inicia sua jornada de autoconhecimento. Vindo do interior para começar a faculdade, ele se vê fascinado por Kanae, um guitarrista veterano que exala carisma e mistério. Mas o que começa como admiração logo se transforma em algo mais complexo — e profundamente pessoal.

Pink Heart Jam não é apenas um romance. É uma narrativa sobre descoberta da sexualidade, quebra de estigmas e aceitação interna. Haiga, ao longo da história, questiona seus sentimentos, suas experiências passadas e, com coragem, reconhece: ele é bissexual. E isso é dito com clareza, sem rodeios, algo ainda raro na representação asiática de personagens LGBTQIAP+.

Um dos grandes méritos da obra é tratar a bissexualidade masculina com respeito e clareza. Haiga não é um personagem confuso ou indeciso ,ele está se descobrindo, e isso é retratado com honestidade. A autora evita os clichês comuns em obras BL, como o “sou hétero, mas você é diferente”, e constrói um protagonista que se permite sentir, questionar e se aceitar.

A relação entre Haiga e Kanae é construída com diálogo, consentimento e afeto. Não há manipulação, nem romantização de sofrimento. É uma história sobre acolhimento e liberdade emocional, algo raro e precioso no gênero. A bissexualidade de Haiga não é um “plot twist” nem um elemento exótico é parte de quem ele é. E isso torna o mangá não só relevante, mas necessário.

Pontos fortes:

  • Representação direta e positiva da bissexualidade masculina
  • Relações construídas com afeto e respeito
  • Arte delicada e expressiva, que reforça os momentos íntimos e emocionais
  • Diálogos sinceros sobre identidade e pertencimento

Ideal para quem:

  • Quer uma leitura leve, mas significativa
  • Busca representações LGBTQIAP+ fora dos estereótipos
  • Gosta de histórias com música, juventude e descobertas

Pink Heart Jam é um lembrete de que existir com autenticidade é um ato de coragem e que cada história contada com verdade pode ser um farol para quem ainda está se encontrando.

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